Bauhaus - Porto 17/02/2006
Esperei uns dias para escrever este post sobre o concerto dos Bauhaus. Embora tenha pouca disponibilidade de tempo (e não ter net em casa não ajuda!), já o podia ter feito mais cedo... mas achei que precisava de um tempo para "assentar" as sensacões e clarificar as ideias... se o tivesse feito (escrito) mais cedo provavelmente reria escrito em letras garrafais qualquer coisa como isto: MONUMENTAL, DIVINO e todos os adjectivos que exprimissem o máximo de sensações perto do Clímax.
Estranho é que, quase uma semana depois, sinto vontade de dizer o mesmo. Foi fenomenal.
21 músicas tocadas sempre no limite (apenas 2 ou 3 quebras, vulgo enganos, no ritmo e sem importância).
Depois da 2º música, In The Flat Field, já o som estava no ponto e foi um descarilhar da verdadeira energia e potência da complexidada sonora dos Bauhaus. Linhas de baixo avassaladoras de David J., competência na bateria de K. Haskins e O VERDADEIRO ARTISTA na arte de produção sons com guitarra, Daniel Ash (que parecia um Samurai) sempre disponível para nos surpreender com os sons que ele "saca" da guitarra (tirando pequenas incursões na altura do Kraut rock, Agitation free por ex. , foi ele o primeiro a usar a guitarra como um universo sonora muito para lá da forma tradicional. Ele não é nenhum virtuoso da guitarra, mas, com ela faz coisas...).Disponibilidade é a palavra certa para descrever a actuação do P. Murphy, dançou, correu, saltou.... sempre na linha da frente, um verdadeiro "porta-estandarte" da banda, que pela forma como actuaram, no seu conjunto, pareçiam uma "Locomotiva sonora" impossível de parar... e que cavalgava, cavalgava... cavalgava!!!
Para e perfeição faltou pouco, tivessem tocado o Spirit e o third uncle e eu era obrigado a colocar este concerto no patamar mais elevado dos vinte anos que levo a ver concertos.
Stigmata Martyr (... IN NOME DEL PADRE I ESPIRITO SANTO!!!) foi um dos momentos de eleição ( e lembrar quando tinha 14/15 anos e a minha mãe, cheia de preocupação, me perguntou assustada o que é que eu andava a ouvir "...- mas o que é isto?!! está a rezar... in nome do pai..da mãe e do espírito santo e depois diz Mata... mata!!!!)
Não vou estar aqui a definir as faixas todas, mas hà mais dois momentos que não posso deixar de referir: A excepcional colagem do Transmission com o ST Victus dance, e foi ver o público todo em delírio completo; A empatia que se gerou ao som do All We Ever Wanted, um coro que mais tarde serviu para chamar a banda para os encores. Depois também convém lembrar o Ziggy Stardust, que deixaram-no incompleto para no encore seguinte (último) o vir terminar "... now ziggy playyyyyyyyyyyys guitarrrrrrrrrrrrrrrr..." foi assim que começou o último encore e que terminou (só podia!!) com Bela Lugosi's Dead. MEMORÁVEL.
Burning From The Inside
In The Flat Field
A God In An Alcove
In Fear Of Fear
Terror Couple Kill Colonel
Swing The Heartache
She's In Parties
The Passion Of Lovers
Silent Hedges
Kick In The Eye
Hollow Hills
Rose Garden Funeral Of Sores
Stigmata Martyr
Hair Of The Dog
Dark Entries
encore 1:
all we ever wanted
severance
Transmission - St Vitus Dance - Transmission
encore 2:
telegram sam
Ziggy Stardust
encore 3:
finish ziggy
Bela Lugosi's dead
E agora a pergunta que mais se ouviu nessa noite e com respostas diferentes:
Foi melhor que o de 98??
Muito melhor. Foi para quem realmente sentiu os Bauhaus, para os puristas do culto Bauhaus. Foi para quem gosta dos Love and Rockets. Agora quem foi para ver o Peter Murphy e o que ele desde hà 10 anos nos habituou... acredito que tenha ficado desiludido (e ainda bem!).
Com isto não quero dizer que o de 1998 foi mau, apenas não originou histeria e a dor no pescoço (de tanto abanar a cabeça!) que nos dias seguintes me acompanharam!! E em 98 fui presenteado com um grande concerto 3 dias antes e que me encheu as medidas: Massive Attack na inauguração do Pav. Atlântico. Talvez seja esta a grande razão pela qual o de 98 não me abalou tanto.
Estranho é que, quase uma semana depois, sinto vontade de dizer o mesmo. Foi fenomenal.
21 músicas tocadas sempre no limite (apenas 2 ou 3 quebras, vulgo enganos, no ritmo e sem importância).
Depois da 2º música, In The Flat Field, já o som estava no ponto e foi um descarilhar da verdadeira energia e potência da complexidada sonora dos Bauhaus. Linhas de baixo avassaladoras de David J., competência na bateria de K. Haskins e O VERDADEIRO ARTISTA na arte de produção sons com guitarra, Daniel Ash (que parecia um Samurai) sempre disponível para nos surpreender com os sons que ele "saca" da guitarra (tirando pequenas incursões na altura do Kraut rock, Agitation free por ex. , foi ele o primeiro a usar a guitarra como um universo sonora muito para lá da forma tradicional. Ele não é nenhum virtuoso da guitarra, mas, com ela faz coisas...).Disponibilidade é a palavra certa para descrever a actuação do P. Murphy, dançou, correu, saltou.... sempre na linha da frente, um verdadeiro "porta-estandarte" da banda, que pela forma como actuaram, no seu conjunto, pareçiam uma "Locomotiva sonora" impossível de parar... e que cavalgava, cavalgava... cavalgava!!!
Para e perfeição faltou pouco, tivessem tocado o Spirit e o third uncle e eu era obrigado a colocar este concerto no patamar mais elevado dos vinte anos que levo a ver concertos.
Stigmata Martyr (... IN NOME DEL PADRE I ESPIRITO SANTO!!!) foi um dos momentos de eleição ( e lembrar quando tinha 14/15 anos e a minha mãe, cheia de preocupação, me perguntou assustada o que é que eu andava a ouvir "...- mas o que é isto?!! está a rezar... in nome do pai..da mãe e do espírito santo e depois diz Mata... mata!!!!)
Não vou estar aqui a definir as faixas todas, mas hà mais dois momentos que não posso deixar de referir: A excepcional colagem do Transmission com o ST Victus dance, e foi ver o público todo em delírio completo; A empatia que se gerou ao som do All We Ever Wanted, um coro que mais tarde serviu para chamar a banda para os encores. Depois também convém lembrar o Ziggy Stardust, que deixaram-no incompleto para no encore seguinte (último) o vir terminar "... now ziggy playyyyyyyyyyyys guitarrrrrrrrrrrrrrrr..." foi assim que começou o último encore e que terminou (só podia!!) com Bela Lugosi's Dead. MEMORÁVEL.
Burning From The Inside
In The Flat Field
A God In An Alcove
In Fear Of Fear
Terror Couple Kill Colonel
Swing The Heartache
She's In Parties
The Passion Of Lovers
Silent Hedges
Kick In The Eye
Hollow Hills
Rose Garden Funeral Of Sores
Stigmata Martyr
Hair Of The Dog
Dark Entries
encore 1:
all we ever wanted
severance
Transmission - St Vitus Dance - Transmission
encore 2:
telegram sam
Ziggy Stardust
encore 3:
finish ziggy
Bela Lugosi's dead
E agora a pergunta que mais se ouviu nessa noite e com respostas diferentes:
Foi melhor que o de 98??
Muito melhor. Foi para quem realmente sentiu os Bauhaus, para os puristas do culto Bauhaus. Foi para quem gosta dos Love and Rockets. Agora quem foi para ver o Peter Murphy e o que ele desde hà 10 anos nos habituou... acredito que tenha ficado desiludido (e ainda bem!).
Com isto não quero dizer que o de 1998 foi mau, apenas não originou histeria e a dor no pescoço (de tanto abanar a cabeça!) que nos dias seguintes me acompanharam!! E em 98 fui presenteado com um grande concerto 3 dias antes e que me encheu as medidas: Massive Attack na inauguração do Pav. Atlântico. Talvez seja esta a grande razão pela qual o de 98 não me abalou tanto.
posted by nel colaça at 4:24 da tarde
